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BELO DIA DEPUTADO !
Ralph J. Hofmann – 15/12/06

Qual é a primeira reação que você tem ao chegar na sua praia favorita e cruzar com um deputado?

Ciente que esta é uma “otoridade” da república você esboça um sorriso de quem o reconheceu. O deputado, quase por reflexo condicionado lhe sorrirá de volta quando não lhe der até um abraço. É que nem a marteladinha do joelho do médico. Bata no joelho e a perna levanta. Sorria para essa turma e ela instantaneamente se torna compadre.

Você sabe que o sujeito na verdade não o conhece, mas se sente lisonjeado, até porque para sua turma da caipirinha do bar da praia parece que você é um íntimo do poder.

Mas estamos em dezembro de 2006. As coisas estão muito tristes. Todos os artigos de jornal, toda a execração que fazemos em blogs aos nossos caríssimos pensionistas deram em nada. Acabam de se mimosear com um aumento que envergonha até guarda-chuva de ouro de presidente de corporação americana.

Aqui vai uma sugestão. Você vê um deputado, juiz ou promotor na praia. Atravessa a areia em direção ao próprio e tenta chegar nele nalgum ponto da praia com uma grande densidade de banhistas. Poderá também fazer isto numa churrascaria repleta.

“ Bom dia deputado (ou juiz, ou promotor). Vim até aqui para lhe dizer que não sei se o senhor votou por este novo achaque ao bolso do contribuinte. Mas o fato de o senhor ser deputado (juiz ou promotor), neste momento depõe contra o senhor. Torna-o pessoa suspeita. Portanto sugiro que ou o senhor prove que é inocente deste ato, que se não é um crime é de uma desfaçatez totalmente sem-vergonha e caso não puder prová-lo que o senhor evite freqüentar este espaço. Não temos nenhum direito legal de afastá-lo daqui, mas se o senhor ainda tiver um resquício de moralidade e vergonha não estragará nossas férias com sua presença incômoda nesse veraneio que poderá ser um dos últimos para muitos de nós ante a penúria que estão impondo aos contribuintes.”

Texto muito enrolado? Também, acho.

Mais fácil gritar bem alto apontando para o deputado (ou juiz ou promotor).

Aquele aí é deputado! Aquele aí é deputado! – o que também é completamente inocente, mas talvez induza a multidão a perseguir o tinhoso pela praia.


Editado por Ralph J. Hofmann   às   12/15/2006 04:19:00 PM      |