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PESQUISAS X APURAÇÃO
Na Tribuna da Imprensa
Quadro que emergiu das urnas foi bem diferente em pelo menos quatro estados
BRASÍLIA - Em pelos menos quatro estados, o quadro que emergiu das apurações foi bem diferente do que apontavam os pesquisas de intenção de voto. No Rio Grande do Sul, na Bahia, no Rio de Janeiro e em Goiás, as sondagens feitas até à véspera das eleições não conseguiram detectar a real tendência do eleitorado.
No Rio Grande do Sul, a pesquisa divulgada pelo Ibope no último sábado colocava o governador Germano Rigotto (PMDB) na liderança da disputa, com 29% das intenções de voto. Atrás dele, com 22%, estavam empatados Olívio Dutra (PT) e Yeda Crusius (PSDB). Ontem à noite, com 98% das urnas apuradas, o TRE gaúcho mostrava que candidata tucana chegou na frente, com 32,93% dos votos. Olívio Dutra ficou com 27,30% e, Rigotto, em terceiro, com 27,13%.
Na Bahia, o Ibope apontava o governador Paulo Souto (PFL) numa tranqüila posição rumo a um novo mandato, no alto de 48% das intenções de voto. Seu oponente mais próximo, o petista Jaques Wagner, aparecia bem atrás, com 31%. Mas o que seu viu foi bem diferente. No placar do TRE, apuradas 87% das urnas, o candidato do PT somava 53,7% - o suficiente para ganhar no primeiro turno - ante 41,8% do atual governador.
A diretora-executiva do Ibope, Márcia Cavalari, diz que o instituto não errou. "As pesquisas de intenção de voto mostram uma fotografia do momento", disse ela. "No caso da Bahia, desde o início da campanha na TV, as nossas pesquisas vinham mostrando que o Paulo Souto estava numa curva descendente e que Jaques Wagner vinha subindo."
Ela destacou, por exemplo, que na pesquisa divulgada no dia 25 de setembro, o governador aparecia com 57% e Jaques Wagner tinha 37%. No último sábado, dia 30, Souto havia descido para 51% e o petista já atingia 41%. Na boca de urna, o candidato do PFL já havia caído para 43% e tinha sido ultrapassado pelo petista, que batia em 49%.
Márcia Cavalari disse ainda que, no relatório encaminhado para a emissora de TV que encomendou a pesquisa, o Ibope já ressaltava que Jaques Wagner poderia disputar o segundo turno ou ganhar já no primeiro. No caso do Rio Grande do Sul, a diretora diz que o Ibope fez poucas pesquisas e não acompanhou a evolução do quatro até o final da eleição - não foi feita, por exemplo, a tradicional boca de urna.
Na última sondagem, divulgada dia 29, Rigotto liderava com 34% dos votos. "Essa fotografia foi feita na quarta e na quinta. O filme parou naquele momento. Não deu para a gente medir a decisão dos eleitores depois", disse Márcia Cavalari.
Houve divergência entre pesquisa e apuração também em Goiás, onde o Ibope apontava que o senador Maguito Vilela ((PMDB) chegaria na frente na disputa ao governo do Estado, com 48%. Seu principal adversário, o atual governador Alcides Rodrigues (PP) aparecia com 42%. Encerrada a apuração, Alcides tinha 48,23% e Maguito apenas 41,16%.
As pesquisas também não conseguiram identificar o crescimento da candidata do PPS, Denise Frossard. Ela tinha 17%, das intenções na última pesquisa, mas havia recebido 25,5% dos votos apurados pelo TRE quando já haviam sido abertas 61% das urnas. E no final da apuração acabou com mais de 23% dos votos.


Editado por Giulio Sanmartini   às   10/02/2006 04:09:00 AM      |