Por Vannildo Mendes e Fausto Macedo para o Estadão
Em depoimento ontem à Polícia Federal que durou quatro horas, Luiz Antônio Vedoin, peça-chave da máfia dos sanguessugas, disse que o dossiê com as acusações contra José Serra (PSDB) 'não caracteriza nada de novo'. Preso por ocultar provas, ele afirmou ainda que os papéis - que o PT pretendia comprar por R$ 1,75 milhão - 'não representam prova nenhuma'.
A estratégia é esvaziar a acusação que pesa contra ele, a de esconder documentos que poderiam ser úteis para as investigações sobre o esquema. Na avaliação da PF, o material é um punhado de asneiras, sem importância concreta. O depoimento reforça a tese de que, além de jogar o Palácio do Planalto na fogueira de uma nova crise política, o PT caiu em um conto do vigário que qualquer falsário da Praça da Sé apronta de olhos fechados. Durante a negociação com os petistas, Luiz Antônio, ao contrário do que disse ontem à PF, prometeu ouro puro. O dossiê, porém, não passa de um amontoado de fotografias, um vídeo de pouco mais de 20 minutos e um DVD com imagens de Serra, então ministro da Saúde, numa solenidade pública e rotineira de entrega de ambulâncias em Cuiabá, em 2001. A PF constatou também que o material pode ser encontrado a R$ 500 em qualquer produtora de vídeo do Mato Grosso. Com uma boa pechincha, o interessado leva tudo por R$ 200. As imagens que o PT supunha comprometerem Serra nada têm de secreto. Foram gravadas por diversos veículos de comunicação. Indagado sobre o motivo que levou Luiz Antônio a vender papéis sem valor, seu advogado, Elói Ricardo Riffatti, disse: 'Não sei, tem que ver com quem comprou.' A PF não deu mais detalhes sobre o depoimento.
Editado por Adriana às 9/22/2006 09:31:00 AM |
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